Wednesday, December 06, 2006

Pra esse, eu tiro o chapéu !



JERUSALÉM (Reuters) - Um empresário de Israel está oferecendo ao premiê palestino 1 bilhão de dólares se ele e seu colega israelense negociarem e alcançarem um acordo de paz no Oriente Médio.
O bilionário Avi Shaked, que fez fortuna com sites de apostas online, afirmou que ele aliou-se a um consórcio de financiadores internacionais que estão prontos para injetar dinheiro na Autoridade Palestina se um acordo de paz for acertado.
Uma injeção inicial de 100 milhões de dólares será feita se o primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, líder do grupo militante islâmico Hamas, e o premiê israelense, Ehud Olmert puderem sentar para negociar.
As chances da iniciativa ter sucesso são poucas. O Hamas defende a destruição do Estado judeu e Israel considera o movimento como um grupo terrorista.
"A matança precisa ser interrompida", disse Shaked à Reuters em entrevista nesta quarta-feira para explicar o plano que ele afirma ter aprovação do premiê britânico, Tony Blair.
"Minha iniciativa é para ambos os líderes: por favor, sentem, comecem a negociar e tentem chegar a um a acordo.
"No momento em que ambos os lados entrarem em acordo, este grupo investirá imediatamente 1 bilhão de dólares. Os primeiros 10 por cento serão aplicados imediatamente quando as negociações começarem."
Shaked, de 53 anos, quer que o dinheiro ajude a recuperar a economia palestina, para colocá-la nos padrões israelenses, deixando ambos os lados no mesmo patamar e eliminando a pobreza que ajuda a alimentar o conflito.
"Somos quase o mesmo povo, somos primos, porque não podemos começar a conversar", disse o empresário.
SANÇÕES
Haniyeh, que está fazendo um giro pelo Oriente Médio para tentar levantar dinheiro para seu governo, que ficou os últimos nove meses paralisado por sanções internacionais, teria rejeitado a oferta na terça-feira, de acordo com relatos.
Mas Shaked disse que ele entende que Haniyeh e o Hamas, que tem comandado o governo palestino desde que venceu as eleições locais em março, estão avaliando a proposta.
O governo israelense foi mais direto em seu comentário sobre a iniciativa. Uma autoridade afirmou que o país já se comprometeu com uma série de propostas que compõem um plano de paz apoiado pelos Estados Unidos.
"Com todo o respeito, isso não é algo que você faça com o dinheiro de um milionário", disse a autoridade, que pediu para não ser identificada. "Este governo tem responsabilidade perante um eleitorado."
Olmert tem dito que não negociará com o Hamas. Em vez disso, ele afirma que conversará com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, líder do Fatah, grupo mais moderado e rival do Hamas.
Mas Shaked afirma que está inteiramente comprometido em dar um destino a sua fortuna.
"Eu ganhei muito dinheiro, e estou pronto para gastá-lo se isso levar à paz", afirmou o empresário.

Mesmo velejador, mas o barco, quanto diferença ...




Lembram-se quando escrevi a respeito de Knox, citando que ele está tendo problemas com a aparelhagem do barco na disputa do Velux 5 oceans ? Por sinal, mesmo assim, ele já está na briga pela 3a colocação ao final da primeira perna. Pois bem, visitando o site particular dele tem algumas fotos muito interessantes, inclusive do barco "Suhaili", com o qual ele venceu aquela primeira épica regata. Bom, olhem as fotos que posto agora, e vejam a diferença na navegação, o quanto evoluiu a aparelhagem em um barco.





Friday, December 01, 2006

Um deles eu queria ser


Primeiro vale aqui uma apresentação desse senhor ao lado - Sir Robin Knox-Johnston. Sua proeza está na escala de outras tantas como a do capitão Robert Falcon Scott, do alpinista e jornalista Jon Krakauer, do capitão Roald Amundsen, do alpinista Edmund Hillary, do capitão Ernest Shackleton, do indigenista Orlando Villas Bôas, do extraordinário Coronel Fawcett (descobridor de Atlântida no meio do Brasil). Gostaria muito de ser qualquer um desses, ou fazer algo tão grandioso, perigoso e adrenalizante quanto qualquer um desses fez.

Mas enfim, Sir Robin Knox-Johnston hoje com 67 anos, foi primeiro homem a dar uma volta ao mundo em solitário sem escalas e continua velejando em alto rendimento, já cruzou a linha do Equador de barco oito vezes e está na disputa mais uma vez de uma prova dessas, na Velux 5 Oceans.

Ele vem tendo problemas técnicos desde que a flotilha foi atingida por uma tempestade de 60 nós na baía de Biscay. Sabe o que ele faz quando cruza o Equador ? "Saúdo o Rei Netuno. Nós já nos conhecemos bem de vários encontros prévios. Há sempre um reconhecimento desta marca da maneira tradicional, um copo de whisky, e o mar também pode sentir o gostinho".

Tudo começou no verão de 1979 em Newport, Estados Unidos. Um grupo de velejadores debateu, numa mesa de bar, a idéia de fazer a volta ao mundo em um veleiro, em solitário. Algumas regras e um roteiro foram rabiscados ali mesmo, em meio a brindes e bebidas. Assim nasceu a Around Alone, (na época The BOC Challenge, nome que durou até a última edição em 1998/99), a mais longa corrida da Terra para um só indivíduo, entre todos os esportes, que acontece de 4 em 4 anos. Uma circunavegação pelos mares mais remotos e revoltos do mundo, divididos em cinco pernas, ou quatro paradas até cruzarem a linha de chegada. Cada velejador é ao mesmo tempo o seu capitão e a sua tripulação e durante sete meses o lar é o seu barco.
A primeira regata foi realizada em agosto de 1982, três anos – e vários copos – depois da reunião no bar. Uma flotilha de 17 barcos, divididos em duas classes, zarpou em direção à África do Sul para percorrer o mundo em quatro etapas. Apenas oito barcos da flotilha original chegaram de volta a Newport (EUA), 10 meses depois. Ninguém morreu, mas aconteceram dois resgates dramáticos, vários naufrágios e quebras sérias.

O grande herói foi esse "senhor" (agora com foto acima). Ele não era o favorito na época, não tinha o melhor barco e mesmo assim venceu. É um dos meus ídolos. E o mundo sabe disso, ele conspira. Há uns 3 anos estava em um jantar em Londres com amigos que já não vejo mais, e uma amiga estava acompanhada de um rapaz inglês. Conversamos rapidamente e caímos no assunto "barcos", falei da minha admiração pela marinha inglesa e por Knox-Johnston. Qual não foi minha surpresa quando ele respondeu que morava no mesmo, pequeno e pacato vilarejo litorâneo que Knox ? Me disse que lá há um museu em homenagem ao capitão e tudo mais, inclusive com o barco que ele venceu a então "Vendeé Globe", antigo nome da regata. Esse é um dos lugares que ainda vou, e Knox um dos caras que ainda vou conhecer.

Detalhe, Knox-Johnston vem tendo problemas com a aparelhagem de seu barco. Aparelhos modernos que trazem a indicação da força do vento, fazem previsão de marés e tudo mais. Por isso está muito irritado e muito atrás na classificação da flotilha. Quer um conselho Knox ? Jogue tudo no mar ! (ou então jogue tudo dentro de um saco preto e amarre bem e esconda em um canto do barco, é mais ecologicamente correto). Faça como venceu da primeira vez, se oriente pelas estrelas, escute o mar, siga o instinto. Vai nessa Knox, estou torcendo por você !!