Tuesday, September 26, 2006

Pastor FHC




Como sendo este um espaço de difusão de idéias, coloco aqui o que mais me chama a atenção diante de tudo o que leio durante o dia - e olha que varia de rótulos dos mais comuns (de Ketchup por exemplo) a textos que me fazem ter a necessidade de relê-los. Bom, o post abvaixo está no blog de Josias de Souza (que mantém um blog intitulado "Nos bastidores do poder" - tudo bem que o nome não é nem um pouco criativo e cai no piegas, mas o blog é muito bom.) Como havia opinado sobre FHC fui na fonte (afinal Josias publicou em 1994 o livro "A História Real" (Editora Ática), em co-autoria com Gilberto Dimenstein, onde revela os bastidores da primeira eleição de Fernando Henrique Cardoso à Presidência da República) buscar elementos que provassem mais uma vez o coronelismo ainda executado no Brasil como forma de obter votos e a forma como muitos políticos trocam de lado, e de pensamento sobretudo, com a facilidade como quem troca de lado andando na rua.



++ O senhor acredita em Deus?” Era 1985. Candidato à prefeitura de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso gelou diante da pergunta de Boris Casoy, pespegada à queima roupa num debate televisivo. "É...bem...na medida em que a gente respeita todas as religiões, abre espaço pra crença, né?... O senhor prometeu que não ia fazer essa pergunta!" Jânio Quadros, ausente, levaria a cadeira de prefeito.
Dias antes do debate, FHC fora almoçar na Folha, onde Boris trabalhava na época. Durante o repasto, um outro jornalista fizera a mesma pergunta. “Cada um acredita no que lhe convém”, respondera o tucano incréu. Acrescentara que estaria “perdido” se alguém lhe fizesse aquela pergunta num debate. Boris perguntou. E FHC, de fato, se perdeu.

Eleito presidente, em 1994, FHC parece ter aceitado Deus. Aceitou também o PFL, o PMDB e todo um centrão diabólico. Deu no que deu. Nesta segunda, mercê da intimidade que desenvolveu com as esferas celeste e subterrânea, o ex-presidente sentiu-se à vontade para dizer que Lula errou ao comparar-se a Jesus Cristo, num comício realizado domingo, em Sorocaba. Disse que seu sucessor é a própria encarnação do “demônio”.
"O presidente da República 'modestamente' se comparou a Cristo. Ele errou porque Cristo nunca foi beijar Judas. Nunca foi chamar Judas de companheiro (...) Ele não é Cristo, não, é o demônio e nós temos que expulsá-lo daqui", disse FHC, discursando num ato de apoio às candidaturas de Geraldo Alckmin (presidência) e José Serra (governo paulista).
Alckmin não chegou a comparar o adversário ao Tinhoso, mas passou perto: "Ele é o Judas dessa história porque traiu o povo brasileiro. Teve o desplante de, além de ofender o cristianismo, ofender a nossa história, quando se compara a Tiradentes. Tiradentes morreu porque não traiu e porque não mentiu", disse, referindo-se a uma outra citação feita por Lula no comício de domingo.
O signatário do blog acha que Deus pode até existir, mas está claro que Ele está desiludido com a política brasileira. Foi cuidar de outras coisas. Sorte Dele. Se estivesse acompanhando a campanha deste ano da graça de 2006, o Todo-poderoso talvez concluísse que tornou-se difícil acreditar em qualquer coisa. E poderia desejar não existir. ++

1 comment:

Anonymous said...

Parabéns para a França, o único país verdadeiramente LAICO!!!
bjs
M