Friday, September 22, 2006

A vigilante nazista que se casou com um judeu


Que a fonte seja citada !!! Veio do UOL.

A alemã Elfriede Rinkel, de 84 anos, nascida Elfriede Huth, viveu mais de 40 anos em Nob Hill, um modesto bairro de San Francisco, EUA, com um judeu que fugira da Alemanha durante a perseguição hitlerista e que nunca soube do passado nazista de sua esposa. A vigilante do campo de concentração de Ravensbrück dividiu cama e mesa com uma pessoa cujos pais perderam a vida no Holocausto.

A viúva enterrou seu marido, Fred Rinkel, dois anos atrás. Em todo esse tempo, sob o sol da Califórnia, ela escondeu que de junho de 1944 até o fim da Segunda Guerra Mundial vigiou os presos do "campo modelo", segundo o qualificou na época o chefe das SS, Heinrich Himmler. Nesse lugar situado a 100 quilômetros ao norte de Berlim, no qual costumam soprar ventos gelados, assim como lembra Jorge Semprún de Buchenwald, morreram, e também sob os olhos de Rinkel, entre 50 mil e 90 mil pessoas. Dos 150 mil presos, 130 mil eram mulheres.

Procedentes de 40 países, cerca de 10 mil presos por ser judeus e os outros por motivos políticos trabalhavam como escravos na produção de armamentos.

Além disso, nesse campo construído por prisioneiros de Sachsenhausen, o doutor Karl Gebhard realizava terríveis experiências médicas. Sua assistente era Herta Oberhauser, um demônio com cara de anjo, segundo a denominaram as presas de Ravensbrück.

Os EUA deportaram Rinkel no final de agosto e ela jamais voltará ao país que a recebeu como imigrante em 1959. Devolveu sua licença de trabalho e de residência nos EUA. Seus parentes do outro lado do Atlântico não sabiam por que ela havia partido. Rinkel comentou ao jornal "San Francisco Chronicle" que "jamais se fala de coisas como essas". Segundo o jornal digital alemão "Netzeitung", a irmã e o cunhado de Rinkel confirmaram que Fred Rinkel desconhecia o passado de sua mulher.

A Justiça americana descobriu a identidade de Rinkel ao comparar os registros do Departamento de Imigração com nomes que figuram em documentos nazistas. Ela costuma fazê-lo regularmente, segundo um porta-voz do órgão, mas normalmente com pouco êxito e com grande atraso. O Departamento de Investigações Especiais dos EUA deportou desde 1979 101 pessoas com passado nazista que ocultaram o fato ao entrar no país.

Quando Rinkel, uma das 3.500 vigilantes que os nazistas empregaram entre 1939 e 1945 em Ravensbrück, cumpria suas tarefas era acompanhada de um cão de guarda. O ambiente do campo e o terror que os animais causavam aparecem no depoimento da republicana espanhola Neus Catalá, sobrevivente do campo de Ravensbrück: "Com uma temperatura de 22° abaixo de zero, às 3 da madrugada de 3 de fevereiro de 1944, mil mulheres procedentes de todas as prisões e campos da França chegamos a Ravensbrück. Entre essas mil mulheres lembro que havia checas, polonesas que viviam ou tinham se refugiado na França e um grupo de espanholas. Com dez SS e suas dez metralhadoras, dez 'aufseherinnen' (vigilantes), dez 'schläge' (chicotes para cavalo) e dez pastores-alemães dispostos a nos devorar. Empurradas brutalmente, fizemos nossa entrada triunfal no mundo dos mortos".

Dali saiu Elfriede Rinkel. Agora, ao regressar à Alemanha, refugia-se na casa de sua irmã na pequena localidade de Viersen, no oeste da Alemanha. Não tem muito a temer. As autoridades alemãs não vão examinar o caso. "Para nós só conta um crime, o assassinato. Não temos provas de que ela tenha cometido assassinato", disse ao "Spiegel Online" Kurt Schrimm, diretor da instituição alemã que processa os nazistas. Além disso, há o argumento de que Rinkel ocupava um posto subalterno no campo de concentração.

Para Mark Weitzmann, o diretor do Centro Simon Wiesenthal em Nova York, "toda pessoa envolvida nas atrocidades cometidas pelos nazistas" tem de ser processada

2 comments:

Marina said...

Dizem que mentira tem perna curta...
Nesse caso além de nazista ela é mentirosa e sádica. Casar com um judeu depois de ter acobertado a morte de tantos...
Quem sabe não foi uma forma de pedir perdão?
Ou foi mais uma crueldade fazendo o pobre homem dormir por tantos anos com uma carrasca de seu povo?

Credo

Anonymous said...

Si, probabilmente lo e